quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Uma experiência especial

Jornal cearense O POVO publicou na edição de sábado (25/8/2012) matéria sobre cinemas de rua e suas dificuldades. Dedicou um espaço especial para o Cinema da Fundação. No texto, o assessor internacional da Ancine, Eduardo Valente, cita nossa sala como um exemplo nacional a ser seguido.
Parabéns a todos que fazem desse cinema o que ele é.
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"Outro caso de sala com programação de cinema de arte e público assíduo é a da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife. Coordenado pelos críticos de cinema Kléber Mendonça Filho e Luiz Joaquim. O cinema da fundação, como é conhecido, se tornou ao longo da última década uma referência na Cidade, ponto de encontro inclusive da produção cinematográfica contemporânea de Pernambuco.
“A gente já chegou a exibir um filme pra uma pessoa e a nossa tranquilidade naquele momento difícil foi a certeza de que aquele trabalho deveria ser construído a longo prazo”, lembra Luiz Joaquim, remontando ao final da década de 1990.
Segundo ele, a única sala do espaço, com capacidade para 197 pessoas, hoje tem uma média de público de 1.550 espectadores por semana. Em 2011, foram vendidos 63 mil ingressos. Os programadores também não precisam mais brigar com as distribuidoras para conseguirem os filmes que querem, pelo contrário, já há uma fila para entrar em cartaz, a grande maioria das obras circularam pelo País apenas em festivais de cinema.
“Se dependesse só da bilheteria, a gente ia ter um lucro ridículo, mas conseguiria ficar de pé”, avalia Joaquim. Entre as principais razões do êxito estão, para ele, a insistência em se estabelecer um perfil de programação, a produção de eventos como mostras especiais e lançamentos com diretores, o contato direto com o público (o cinema tem uma lista com mais de 10 mil emails e perfis no Twitter e no Facebook), a exibição sempre de vários filmes em sessões alternadas e a abertura do café do cinema.
Na opinião do carioca Eduardo Valente, a experiência recifense é exemplar no País: “Eles trabalham com a ideia de que pra você trazer as pessoas pra esse cinema não basta querer competir com as salas comerciais, exibindo filmes simplesmente. Você tem que fazer com que esse público esteja participando de alguma experiência especial”. (Pedro Rocha)

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